Governo dos Açores diz que respondeu aos pedidos de material para ensino à distância

A secretária regional da Educação admitiu, esta sexta-feira, que o executivo não tem computadores para todos os alunos que estão em ensino à distância, mas sublinhou que todos as solicitações foram respondidas.

“Os dados que nós temos, recolhidos ontem (quinta-feira), é que os pedidos tinham sido todos satisfeitos. Obviamente, isso não significa que todas as crianças disponham de um computador”, avançou Sofia Ribeiro, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, à margem de uma reunião com a Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Básica e Secundária Tomás de Borba, da ilha Terceira.

Desde o dia 08 de janeiro que todas as escolas da ilha de São Miguel estão a funcionar com recurso ao ensino à distância e a situação será prolongada, pelo menos, até ao dia 22, devido à evolução da pandemia de Covid-19 naquela ilha.

Segundo Sofia Ribeiro, as escolas providenciaram material às famílias que o requereram e fizeram um reforço de ‘hotspots’ para acesso à internet, além de terem disponibilizado outros materiais de apoio que não exigem um computador.

“O material foi disponibilizado na medida das solicitações dos conselhos executivos. Tivemos um caso específico de uma escola de alguma dificuldade, que foi imediatamente resolvido. Obviamente que não estamos a falar de computadores para todas as crianças. Estamos a falar nos pedidos das escolas e na resposta que a secretaria regional providenciou”, frisou.

Questionada sobre uma proposta do Bloco de Esquerda para que seja feito um estudo sobre o impacto do encerramento de escolas no processo de aprendizagem, a secretária regional manifestou disponibilidade para apreciar a proposta, mas frisou que essa avaliação não pode ter apenas em consideração “resultados escolares imediatos”.

No final de novembro, foram detetados alguns casos de infeção pelo novo coronavírus na Escola Tomás de Borba, em Angra do Heroísmo.

Apesar das reivindicações de alguns pais, a Autoridade de Saúde Regional decidiu manter a escola aberta, colocando apenas algumas turmas em isolamento profilático.

Mais de um mês depois, a presidente da associação de pais, Rita Andrade, considera que a decisão foi acertada.

“Eu acho que sim, dado que o risco era pouco dentro dos estudos epidemiológicos e das regras definidas. As consequências de fechar a escola seriam sempre mais complicadas. Tenho a certeza de que, se as evidências assim o indicarem, o governo o irá fazer, mas temos também de confiar nas autoridades”, afirmou.

A secretária regional da Educação sublinhou que a melhor solução é avaliar caso a caso, consoante as cadeias epidemiológicas, ressalvando que a decisão de encerrar ou não uma escola é sempre da Autoridade de Saúde Regional.

“Nas escolas em que se verificou que não existia risco ou que a cadeia estava muito circunscrita, apenas ficaram em confinamento e continuam em confinamento as crianças, os professores e o pessoal auxiliar que ou é positivo ou contacto próximo. Não há necessidade de fecharmos todo um estabelecimento escolar, a não ser que o risco do concelho seja um risco máximo, que é o que está a acontecer em São Miguel”, apontou.

Além da pandemia de Covid-19, uma das principais preocupações dos pais da Escola Tomás de Borba é a qualidade das refeições servidas.

“Achamos que o preço deverá ser revisto para que as refeições possam ter um pouco mais de qualidade, principalmente porque há crianças que, infelizmente, a única refeição quente que têm é a refeição que fazem na escola”, afirmou Rita Andrade.

A responsável pela tutela da Educação não se comprometeu com um aumento do valor pago às empresas que asseguram as refeições, mas prometeu que a questão será avaliada.

“As refeições escolares são essenciais em especial em localidades em que as nossas crianças muitas vezes têm a única refeição condigna nas nossas escolas. Portanto, essa avaliação tem mesmo de ser feita e será feita pelo Governo Regional”, rematou.

foto/ JEdgardo

Lusa/ AExpresso