“Em novembro de 2021, o IAE apresentou um aumento de 11%. Este valor deve-se à situação anómala vivida em 2020, como resultado da pandemia de Covid-19, e pelo facto de os cálculos terem como base a variação em relação ao mês homólogo do ano anterior”, avança o Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA), numa publicação na sua página na internet.
Segundo o SREA, face à redução da atividade económica no ano de 2020, “é expectável que até final do corrente ano se continuem a observar variações atípicas do IAE”.
Este é o segundo maior crescimento do IAE dos Açores desde 2017.
O maior aumento registou-se em setembro de 2021 (12,5%) e, em outubro do mesmo ano, também já tinha ocorrido um crescimento de dois dígitos (10,3%).
Desde 2017 que a região registava crescimentos neste indicador, em comparação com o período homólogo.
Em média, a atividade económica nos Açores cresceu 2,6% em 2017, 1,9% em 2018 e 1,8% em 2019.
A situação alterou-se a partir de abril de 2020, ano em que se registaram as quebras mais acentuadas dos últimos cinco anos: 6,5% em maio, 7,3% em junho e 6,3% em julho.
Só em junho de 2021 o indicador estabilizou, registando o mesmo valor do período homólogo, e a atividade económica começou a recuperar a partir do mês seguinte (5,4%).
Segundo o SREA, “o IAE não pretende medir a variação infraanual do PIB [Produto Interno Bruto], mas sim retratar o estado geral da economia”, por isso apresenta “informação sobre a evolução em termos de acelerações, desacelerações e pontos de viragem e não o seu valor”.
“O IAE-Açores é um indicador compósito coincidente, construído para acompanhar a evolução do estado geral da economia regional no curto prazo, a partir de séries de referência escolhidas como ‘proxy’ da atividade económica regional”, adianta na mesma publicação.
São tidos em conta na construção deste indicador os dados relativos a “leite entregue nas fábricas”, “gado abatido”, “pesca descarregada”, “produção de energia”, “produção de produtos lácteos”, “consumo de energia na indústria”, “venda de cimento”, “empregados na construção civil”, “passageiros desembarcados [por] via aérea”, “dormidas na HT [hotelaria tradicional], TER [turismo em espaço rural] e AL [alojamento local]”, “empréstimos bancários”, “operações TPA [terminal de pagamentos]” e “operações nas caixas automáticas”.
Os dados apresentados “são valores ajustados da sazonalidade, calibrados pela variação do PIB e alisados pelo método de médias móveis de três meses”.
foto/ JEdgardo
Lusa/ AExpresso